Cientistas desenvolvem
molécula sintética que desativa formação de tumores
Barcelona,
28 fev (EFE).- Pesquisadores espanhóis sintetizaram uma molécula em laboratório
que ativa de forma controlada uma resposta imunológica contra a proliferação de
tumores.
A revista
de referência em pesquisa "The Journal of Immunology" publica as
conclusões do experimento, que demonstra a efetividade da nova molécula em
ratos, informou nesta terça-feira em comunicado a Universidade Autônoma de
Barcelona (UAB).
A equipe
de pesquisadores é formada por cientistas desta universidade e do Conselho
Superior Espanhol de Pesquisas Científicas (CSIC).
Após a
administração da molécula, os pesquisadores observaram nos ratos uma redução
drástica na formação de metástases nos pulmões.
Existe um
tipo de glóbulo branco, os linfócitos iNKT (Natural Killer T Cells), que lutam
contra as infecções e contra os tumores liberando proteínas, as citocinas, que
ativam a resposta imune, destruindo as células infectadas ou malignas.
Para
realizar este processo protetor, estes glóbulos devem receber um sinal de
ativação, como uma espécie de interruptor de luz que a ciência tenta criar de
forma artificial para poder controlar.
Os
cientistas trabalham há alguns anos em um glicolípido, o alfa-galactosiceramida,
que se acopla aos receptores e desencadeia a resposta imunológica, mas as
provas clínicas revelaram ultimamente que é pouco efetivo porque é potente
demais.
Os
pesquisadores da UAB e do CSIC desenvolveram uma molécula muito similar à
alfa-galactosiceramida, mas com pequenas mudanças em sua estrutura.
A nova
molécula, batizada como HS44, se encaixa bem aos receptores dos linfócitos iNKT
e se desassocia mais rapidamente, o que reduz sua potência e permite que se
ative de forma mais eficiente e controlada a resposta imunológica.
Nos
testes com ratos, a HS44 inibiu a metástases em pulmões, resultados que abrem
as portas a novas aplicações terapêuticas no futuro. EFE
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